A busca por remédios para emagrecer é muito comum, seja na troca de sugestões com outros amigos ou na busca pela internet. Mas será que sempre é necessário o uso de medicação no tratamento da obesidade? Para esclarecer esse assunto, vamos analisar o que as sociedades médicas falam sobre o tema. Informação científica, de qualidade, é sempre a melhor resposta para suas dúvidas.
Primeiro, você deve responder se a obesidade é ou não uma doença. Segundo um artigo da Organização Mundial da Saúde, a obesidade é, sim, uma doença. Mais do que isso: a obesidade é uma doença crônica e progressiva e se você não tratar, ela avança. Isso leva à piora da qualidade de vida do paciente e a um risco maior de mortalidade.
Seguindo o que a Obesity Society diz, devemos tratar o paciente que sofre de obesidade com alimentação, exercício físico, mudança cognitiva comportamental, medicação e cirurgia. Mas isso significa que todos os pacientes obesos precisam ser tratados da mesma forma? Não. As indicações da Obesity Society são ferramentas que devemos usar de forma diferente e individualizada em cada paciente.
Nesse ponto, é importante ressaltar que medicação e cirurgia jamais resolvem o problema da obesidade sozinhas. Elas precisam ser acompanhadas de uma boa alimentação e de exercício físico ajustado para todos os pacientes.
A discussão sobre medicação, então, não deveria ser sobre “se” devemos usar, mas “quando” devemos usar.
Semaglutida na perda de peso
Artigo publicado na New England em fevereiro de 2021 analisa dois grupos de pacientes: um que recebeu placebo e outro que recebeu a medicação chamada Semaglutida. Esse é um trabalho muito importante que foi feito com 1960 pacientes que receberam a mesma orientação sobre alimentação e exercício físico.
(artigo: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2032183 )
Ao receber a mesma orientação sobre alimentação de qualidade e prática de exercício físico, o grupo que também recebeu a medicação teve um resultado muito superior, com perda média de peso de 14,9%.
Efeito da Liraglutida
Outro trabalho feito com adolescentes (idades entre 12 e 18 anos) usou a medicação Liraglutida. O que foi observado é que, mais uma vez, o grupo que usou a medicação, com a mesma orientação de alimentação de qualidade e prática de exercício físico do grupo placebo, teve um resultado muito melhor.
(artigo: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1916038 )
O artigo mostra também o que aconteceu com o grupo placebo após a orientação de alimentação e prática de exercício físico. E o resultado é que alguns pacientes evoluíram com o ganho de peso. Daí podemos concluir que melhorar apenas a alimentação e o exercício físico não é justo com um paciente com hipertensão, diabetes ou obesidade, por exemplo.
Reforçamos, mais uma vez, com base nos artigos apresentados, que a questão não é se devemos ou não usar a medicação, mas quando devemos usá-la. Para isso, é claro, é preciso estar acompanhado de um profissional de saúde de confiança.
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