Como você sabe que está engordando? Qual parte do seu corpo que aumenta primeiro de tamanho? É a barriga que fica mais saliente, a gordura lateral que aparece primeiro ou o culote? Aqui você pode se surpreender com a resposta: não existe uma verdade única. As pessoas engordam de formas diferentes. Quer entender por quê?
Hormônios, fases da vida e sua relação com a distribuição de gordura.
Parte disso se deve à quantidade de hormônio, tanto que mulheres quando entram na menopausa costumam mudar sua distribuição de gordura, mas também se refere ao número de células de gordura, que não aumentam de forma significativa ao longo da vida.
As células de gordura aumentam de forma muito significativa em três fases da vida:
- vida intrauterina, a partir da 14ª semana de gestação;
- primeiros anos de vida, até aproximadamente 10 anos;
- adolescência.
Nessas três fases acima, quando o paciente tem um grande consumo de comida, ele acaba tendo o aumento do número de células. Depois, ao longo da vida, elas até podem aumentar, mas o mais comum é que a célula fique inchada ou, caso o paciente comece a emagrecer, ela murche. Porém, ela sempre permanece lá.
Uma grande forma de entender isso é pensar numa pessoa que passou por uma abdominoplastia, por exemplo. Nesse procedimento, é retirada uma parte do tecido gorduroso, ou seja, as células de gordura somem dessa região. Se o paciente continuar comendo igual, ele vai engordar, sim. Só não vai engordar mais na barriga. Uma queixa comum desses pacientes é que, ao engordarem, notam uma gordura maior no braço ou nas costas.
Isso significa que o processo de engordar permanece o mesmo. A gordura só não será acumulada mais naquela região porque as células de gordura foram retiradas na cirurgia. Daí também podemos concluir que quando falamos sobre gordura e distribuição, nem todos os pacientes têm o mesmo risco cardiovascular. Isso porque, o paciente que tem aumento da circunferência abdominal costuma ter mais gordura visceral e são pessoas que geralmente não tiveram obesidade durante toda a vida.
Tecido adiposo, muito além da reserva energética.
Na prática, precisamos entender que a célula de gordura não é só uma reserva de energia, como foi difundido há tanto tempo. Ao longo dos anos, aprofundou-se o estudo sobre as células de gordura e o conceito foi mudando. Até a década de 40, achava-se que a gordura era um tecido conjuntivo, ou seja, a função era proteger o organismo.
Somente a partir da década de 90 que se descobriu que o tecido gorduroso pode produzir marcadores inflamatórios, que podem levar nosso organismo a uma inflamação que atrapalha o próprio funcionamento do corpo, como se observou recentemente durante a pandemia da Covid-19. Pacientes com excesso de gordura tinham uma piora na resposta imune quando infectados, principalmente por causa da citocina TNF Alfa.
Viu como tudo no nosso organismo está conectado? Daí a importância de começar a cuidar da sua saúde o quanto antes, investindo numa alimentação de qualidade e em exercício físico. E sempre buscando informação de fontes seguras, médicas.
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