A busca pela eficácia no tratamento da obesidade e suas comorbidades levou à descoberta de um aliado poderoso: o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon). Porém, o que poderia parecer uma “cirurgia” dentro de uma seringa, tem suas raízes na compreensão profunda da fisiologia do trato gastrointestinal.
Entenda a relação Bariátrica X GLP-1
Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica frequentemente experimentam uma perda de peso muito mais significativa do que aqueles que não passam pelo procedimento, mesmo seguindo a mesma dieta e rotina de exercícios. Isso se deve, em grande parte, ao aumento da produção de GLP-1.
O GLP-1 é secretado pelas células intestinais em resposta à presença de alimentos, principalmente no íleo terminal e no cólon. Nas cirurgias de bypass, onde há um desvio do trato digestivo, a comida entra em contato mais próximo com as células produtoras de GLP-1. Além disso, a cirurgia permite isolar as células inibitórias da secreção do GLP-1, aumentando assim a produção deste hormônio.
Portanto, enquanto um paciente bariátrico e outro não-bariátrico podem seguir a mesma dieta e rotina de exercícios, o primeiro geralmente perde três vezes mais peso devido ao aumento dos níveis de GLP-1 induzidos pela cirurgia.
Mas e para aqueles que não passam pela cirurgia bariátrica?
Felizmente, existe uma alternativa: a medicação. A liraglutida, por exemplo, é capaz de oferecer os mesmos benefícios do GLP-1 aumentado pela cirurgia, ajudando pacientes não-bariátricos a alcançarem resultados semelhantes.
Essa abordagem representa um avanço significativo no tratamento da obesidade, oferecendo uma solução eficaz tanto para pacientes que optam pela cirurgia quanto para aqueles que buscam uma alternativa menos invasiva. Além disso, destaca a importância de compreendermos a fisiologia do trato gastrointestinal e como podemos manipulá-la para promover a saúde e o bem-estar dos pacientes.
Conclusão
Em resumo, o GLP1 pode ser visto como uma “cirurgia” dentro de uma seringa, uma poderosa ferramenta que oferece esperança e resultados tangíveis na luta contra a obesidade e suas complicações.
É fundamental ressaltar a importância de não se automedicar e buscar sempre o auxílio médico adequado. A automedicação, especialmente no contexto da nutrologia e da utilização de medicamentos como o GLP1, pode trazer riscos à saúde e comprometer os resultados desejados. Somente um profissional de saúde qualificado pode avaliar as necessidades individuais de cada paciente, considerando fatores como histórico médico, condições pré-existentes e interações medicamentosas. Portanto, é essencial que qualquer intervenção terapêutica seja supervisionada por um médico especializado, garantindo a segurança e eficácia do tratamento.
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