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A Relação Entre Obesidade e Câncer Ginecológico

Introdução

A obesidade emergiu como uma das maiores causas evitáveis de câncer entre não fumantes, contribuindo significativamente para a mortalidade por câncer, especialmente entre as mulheres. Estudos indicam que a obesidade é responsável por 20% das mortes por câncer entre as mulheres, aumentando particularmente o risco de mortalidade por câncer de mama, útero e colo do útero. Este artigo explora como a obesidade influencia o desenvolvimento de cânceres ginecológicos através de vias hormonais, inflamatórias e metabólicas, e destaca a importância da vigilância e prevenção multidisciplinar.

Artigo: The Role of Obesity in the Development and Management of Gynecologic Cancer – PubMed (nih.gov)

Obesidade e Câncer: Um Perigo Subestimado

A relação entre obesidade e câncer é complexa e multifatorial. Indivíduos obesos apresentam adipócitos aumentados, que recrutam macrófagos, promovendo inflamação e liberando uma série de fatores, incluindo adipocinas como leptina, adiponectina e mediadores inflamatórios como a interleucina 6 (IL-6). A leptina é um conhecido fator de crescimento que promove a angiogênese, enquanto a IL-6 estimula um microambiente pró-inflamatório.

Alterações Metabólicas e Seu Impacto no Câncer

As alterações metabólicas associadas à obesidade incluem o metabolismo alterado da glicose e a resistência à insulina. A insulina e o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) estimulam processos anabólicos que podem favorecer o desenvolvimento do câncer. O tecido adiposo também é uma ampla fonte de adipocinas, polipeptídeos que regulam o metabolismo e modulam a inflamação. Adipocinas pró-inflamatórias, como leptina, IL-6 e fator de necrose tumoral α (TNF-α), suprimem a sinalização da insulina, contribuindo para a resistência à insulina e promovendo a proliferação endometrial.

A obesidade emergiu como uma das maiores causas evitáveis de câncer entre não fumantes
A obesidade emergiu como uma das maiores causas evitáveis de câncer entre não fumantes

Inflamação e Instabilidade Genética

A inflamação mediada por adipocinas contribui para o estresse celular e aumento da instabilidade genética. Espécies reativas de oxigênio (ERO) produzidas por células inflamatórias relacionadas à obesidade causam quebras de fitas de DNA, levando à mutagênese. Essas alterações no ambiente celular aumentam o risco de desenvolvimento de câncer ginecológico, reforçando a importância da gestão da obesidade como medida preventiva.

Prevenção e Tratamento da Obesidade: Uma Abordagem Multidisciplinar

A vigilância adequada dos fatores de risco modificáveis é crucial para os planos de sobrevivência após o tratamento primário para câncer ginecológico. Um esforço coordenado, multidisciplinar e sistêmico é necessário para abordar a prevenção e o tratamento da obesidade, visando diminuir a incidência de câncer e suas consequências graves e potencialmente fatais. Profissionais de saúde devem trabalhar em conjunto para promover mudanças no estilo de vida, oferecer suporte psicológico e implementar estratégias eficazes de controle de peso.

Conclusão

A obesidade é um fator de risco significativo e evitável para o desenvolvimento de câncer ginecológico. Compreender as vias hormonais, inflamatórias e metabólicas que ligam a obesidade ao câncer é essencial para a implementação de estratégias de prevenção eficazes. Um enfoque multidisciplinar na vigilância e tratamento da obesidade pode reduzir a incidência de câncer e melhorar os resultados de saúde das mulheres. É imperativo que políticas de saúde pública e práticas clínicas se concentrem na prevenção e gestão da obesidade para combater a crescente epidemia de câncer relacionada ao excesso de peso.

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