Quem nunca ouviu a famosa frase: “A primeira impressão é a que fica”? O que vocês reparam logo de cara em alguém que acabou de conhecer, antes mesmo de trocar uma palavra? Acertou quem respondeu a pele. Afinal, ela é a vitrine da nossa saúde, sendo o maior órgão (e o mais exposto também) do nosso corpo.
São incontáveis os tipos de perguntas feitas diariamente nos sites de busca sobre o tema: Por que é importante cuidar da pele? Quando começar a cuidar da pele? Cuidar da pele é investimento? Para começar um bom tratamento para a pele é preciso, antes de tudo, entender por que ela é a vitrine da nossa saúde e qual a relação com nosso organismo como um todo.
Sabemos hoje que qualquer alteração do metabolismo pode impactar diretamente na nossa pele. Vamos a um exemplo prático: um paciente com anemia (deficiência de ferro) apresenta palidez de mucosa facilmente identificada. Já um paciente com deficiência de vitamina C apresenta sangramento gengival.
Síndrome metabólica na pele
Na síndrome metabólica, há liberação de mediadores inflamatórios e alterações hormonais que se refletem em manifestações cutâneas. Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome metabólica descreve um conjunto de fatores de risco que se manifestam e aumentam as chances do paciente desenvolver doenças cardíacas, AVCs e diabetes.
A síndrome metabólica tem como base a resistência à ação da insulina. Hoje sabemos que alguns fatores contribuem para o aparecimento da síndrome metabólica, tais como obesidade (aumento da circunferência abdominal) e falta de atividade física.
Existem ainda outras doenças relacionadas ao metabolismo que impactam a pele. São elas: dematite atópica, psoríase, hidradenite supurativa e até alguns tipos de cânceres de pele, que estão relacionados a toda essa cascata inflamatória que o paciente com síndrome metabólica apresenta e que pode refletir no metabolismo cutâneo. Por isso é tão importante estudar a associação entre o metabolismo do organismo e o metabolismo da pele.
A complexa relação pele x metabolismo
Podemos afirmar então que é uma via de mão dupla: o metabolismo impacta a pele e ela, por sua vez, também impacta o metabolismo. Estudos vêm tentando entender como funciona essa relação. O que vem primeiro: síndrome metabólica ou psoríase? Será que a inflamação da lesão cutânea pode desencadear a síndrome metabólica no paciente ou é a síndrome metabólica que desencadeia a psoríase? Esse é apenas um exemplo do que vem sendo estudado e que ainda é preciso entender quem vem primeiro.
A relação entre a pele e o organismo é, sim, um fato. Por isso a importância de tratar um paciente que apresenta uma dermatose com estímulos à mudança de vida para um estilo mais saudável. O profissional de saúde deve passar da conduta de tratar apenas a pele – e a cura da lesão – para um estímulo à melhora da alimentação, à prática de exercícios físicos e ao descanso, pois ambos vão melhorar a inflamação do organismo como um todo.
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