À medida que envelhecemos, é notável uma série de mudanças fisiológicas em nosso corpo, dentre elas, uma significativa perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia. Para compreendermos melhor essa transformação, podemos observar imagens de tomografias comparativas entre uma pessoa jovem, de 25 anos, e outra mais idosa, de 81 anos. O contraste entre as duas imagens revela não apenas uma diminuição na massa muscular, mas também alterações na distribuição de gordura e densidade óssea. Portanto, nesse texto salientamos como potencializar a síntese proteica no envelhecimento.
O que Acontece ao Longo desse Período de Transição, que Resulta Nesse Declínio Muscular?
Uma das chaves para compreender esse processo reside na via de sinalização do mTOR (do inglês, mammalian target of rapamycin). Essa via, embora complexa, tem um papel crucial na regulação do crescimento e proliferação celular, incluindo a síntese proteica. É interessante notar que, até meados do século XX, essa via não era totalmente compreendida, e ainda hoje, é objeto de inúmeros estudos e pesquisas.
Quando nos concentramos especificamente na síntese proteica e seu impacto no envelhecimento, é fundamental entender que essa síntese não ocorre de forma isolada. Pelo contrário, ela é influenciada por uma série de fatores, podendo ser potencializada ou inibida. Para que ocorra uma síntese proteica eficiente, é necessário estimular a massa muscular. Esse estímulo pode ser alcançado através da contração muscular, que, por sua vez, pode ser aprimorada com a ajuda de substâncias como a creatina.
A Relação Entre Inflamação e Massa muscular.
No entanto, é importante ressaltar que a inflamação também desempenha um papel crucial nesse processo. Enquanto uma inflamação controlada e temporária, como resultado do exercício físico, pode ser benéfica para a síntese proteica, uma inflamação crônica, associada a condições como hipertensão e diabetes, pode ter o efeito oposto. Portanto, é fundamental encontrar o equilíbrio adequado entre o estímulo muscular e a inflamação para garantir uma síntese proteica eficiente.
Além disso, é essencial considerar o papel dos medicamentos nesse contexto. Anti-inflamatórios, por exemplo, podem bloquear a síntese proteica, enquanto outros compostos, como a leucina, ômega-3, vitamina D e creatina, têm sido apontados como potenciais mecanismos de ação para melhorar a síntese proteica e, consequentemente, a saúde muscular em idosos.
Recomendações de Proteína para Idosos
Diante da importância da síntese proteica na manutenção da massa muscular e na prevenção da sarcopenia em idosos, surge a questão: qual a recomendação de proteína para essa faixa etária? As diretrizes nutricionais recomendam uma ingestão diária de proteína mais elevada para idosos, em comparação com adultos mais jovens, a fim de compensar a perda muscular associada ao envelhecimento.
A quantidade ideal de proteína pode variar de acordo com diversos fatores, como o nível de atividade física, o estado de saúde e as necessidades individuais de cada pessoa. No entanto, estudos sugerem que uma ingestão diária de aproximadamente 1,2 a 1,6 gramas de proteína por quilo de peso corporal pode ser benéfica para adultos mais velhos.
Além da quantidade de proteína, a qualidade também é um fator importante a ser considerado. Proteínas de alta qualidade, como aquelas encontradas em fontes animais (carne, peixe, laticínios) e vegetais (leguminosas, nozes, sementes), fornecem todos os aminoácidos essenciais necessários para a síntese proteica eficiente.
Além disso, é fundamental distribuir a ingestão de proteína ao longo do dia, em vez de concentrá-la apenas em uma refeição, para otimizar a síntese proteica. Isso pode ser alcançado através de uma alimentação balanceada, incluindo fontes de proteína em todas as refeições e lanches.
Considerações Finais: Como potencializar a síntese proteica no envelhecimento?
Em resumo, para potencializar a síntese proteica no envelhecimento, é crucial entender os mecanismos envolvidos nesse processo, como a via de sinalização do mTOR, e adotar estratégias que promovam a contração muscular e minimizem a inflamação. Além disso, é importante atender às recomendações de ingestão de proteína para idosos, garantindo tanto a quantidade quanto a qualidade necessária para manter a saúde muscular e a funcionalidade ao longo do tempo.
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